Pertenceu ao grupo dos doze apóstolos. O Senhor o chamou dentro de sua realidade, com suas fraquezas e até com suas crises de fé.
Nosso Senhor Jesus revelou a nós coisas maravilhosas através de São Tomé: (Jo 14,6).
Tomé nunca teve medo de expor a realidade de sua fé e de sua razão, que queria saber cada vez mais e melhor. Quando Jesus apareceu aos apóstolos ao ressuscitar, Tomé não estava ali, e aí encontramos seu testemunho: (Jo 20,26-28).
São Tomé que apesar de acreditar em Deus, não abdicava de sua razão para tudo.
A experiência que São Tomé fez da ressurreição de Jesus seu companheiro, em quem acreditou a ponto de largar tudo para segui-lo, poderia nos mostrar que o erro de descartes é não ter percebido que Deus é um mistério de amor e salvação e não um mistério que a lógica humana pode decifrar.
O primeiro erro de Tomé foi ter se afastado da comunidade quando lhe sobreveio a desolação suprema do fracasso e da morte de Jesus. Assim, estando longe, não estava perto dos companheiros quando Jesus lhes apareceu ressuscitado atravessando portas fechadas e paredes espessas, trazendo-lhes o dom da paz que os encheu de nova confiança e lhes confortou os corações, expulsando deles o medo e a incredulidade.
Avisado pelos outros, deslumbrados pela descoberta de que Jesus, que haviam visto morrer, estava vivo, Tomé dá uma resposta que bem podia ser nossa diante das coisas que não conseguimos circunscrever com nossa cabeça e nossa razão. Tomé diz que se não tocar com suas próprias mãos as chagas que os pregos fizeram nas mãos de Jesus, se não puder colocar sua mão no lado traspassado pela lança do soldado, não acreditará. Precisa ver para crer. Precisa que a evidência lhe penetre pelos sentidos, senão não dará sua adesão àquilo que outros lhe contaram.
Tomé é como nós, que precisamos das evidências objetivas e das comprovações empíricas para acreditarmos. E como Deus não age nem se manifesta nesta linha, mas só se pode encontrá-lo na gratuidade do desejo e do amor, achamos que ele não existe, ou que se esqueceu de nós, ou que é uma coisa inventada pela humanidade para suportar a dureza da vida, ou que é uma projeção de nossas carências e frustrações. Secretamente, talvez seja isso que Tomé haja pensado e sentido: “esses aí estão tão loucos e desesperados que agora inventaram isso para se consolar mutuamente. Como vou acreditar nisso, eu que sei que a morte é o único lugar de onde não se volta?”
No evangélico nos mostrar o ressuscitado aparecendo novamente aos onze, desta vez com a presença de Tomé, residirá no fato de que não só a misericórdia do crucificado agora glorificado dará a Tomé o que ele pede. Mas lhe dará muito mais do que jamais pôde imaginar. É novamente deus que desconcerta a arrogância do ser humano apresentando-se humilde, oferecendo-se amoroso, buscando-o para atraí-lo novamente desde sua soberba à comunhão de seu amor. Em lugar de repreender Tomé e fulminá-lo com o esplendor de sua glória, mansamente lhe coloca ao alcance a experiência inefável de tocar as marcas de sua dolorosíssima paixão, agora glorificada pelo poder de Deus a fim de que sua fé seja novamente despertada do torpor em que se encontrava. E convida: “toca minhas chagas. Mete a mão em meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”.
Tomé perde completamente sua postura arrogante e o que vemos agora é um homem sadiamente humilhado pela revelação da dureza de seu coração, de sua descrença, de seu orgulho, que cai de joelhos e faz uma humilde confissão de fé: “meu senhor e meu deus!”.
O ressuscitado continua pedagogicamente seu diálogo com Tomé estendendo o que quis ensinar a este a todos os que, depois dele, serão submetidos às mesmas dúvidas e às mesmas tentações: “tu creste, Tomé, porque viste. Bem aventurados os que não viram e creram.”
Como evangelizar o Tomé de hoje?
- no evangelho de Jesus cristo contado por são João é de uma riqueza infinita para nós
é sobre parte deste capítulo que partilho um pouco com você hoje: jo 20, 24-29.
O que ocorreu inicialmente?
Como sabemos Tomé não estivera junto aos outros discípulos quando da aparição de Jesus na tarde daquele domingo que mudou a história da humanidade — o domingo da ressurreição.
Tomé: não está junto à comunidade de fé, fato que o priva do encontro com Jesus ressuscitado.
Homem e mulher de hoje: rejeitam a igreja, não a vendo como instituição e lugar da presença de Jesus vivo.
Tomé: mesmo tendo os outros discípulos lhe anunciado a ressurreição de Jesus, não crê e demonstra ser essencialmente materialista, espiritualmente cético, com olhar exclusivamente natural.
Homem e mulher de hoje: não crêem no anúncio de que Jesus está vivo no meio de nós, balizam a verdade apenas pelos limites da ciência, negando a fé, requerendo muitas vezes a comprovação das verdades de fé por meios materiais, através de sinais naturais, fechando-se ao sobrenatural.
Portanto, o anúncio de Jesus ressuscitado que passou pela cruz deve necessariamente querer levar o Tomé de hoje a terem um encontro pessoal com o cristo, único meio de transformação do homem e da mulher descrentes, incrédulos, em pessoas de fé, em seres completos, em gente feliz!
Tomé teria ido, depois de pentecostes, evangelizar pelo oriente e índia onde morreu martirizado, ou seja, morreu por amor, testemunhando a sua fé.
A fé nos leva a Deus
Na carta aos hebreus 10.38, a palavra do senhor diz: o justo viverá pela fé, mas se ele recuar a minha alma não tem prazer nele.
Mas, o que é a fé? Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a certeza das coisas que não se vêem (hebreus 11.1).
A fé é o alimento que nutri e fortalece o nosso espírito. Ela aproxima o homem de deus, traz comunhão e paz com o senhor Jesus. É aceitação da doutrina revelada por deus, e a confiança na obra salvadora de cristo.
A fé como um grão de mostarda
No evangelho de Mateus 17.20, Jesus, exorta os seus discípulos por causa da pequena fé; dizendo: se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.
O senhor Jesus, numa linguagem figurada, comprova o poder da confiança que precisamos alcançar. Compara um grão de mostarda, a menor semente, para transluzir a grandeza dos feitos dessa obra que, pela fé, seremos capazes de realizar.